A solidão nos mais velhos é um fenómeno que se tem vindo a acentuar em Portugal. Com o envelhecimento da população e o aumento da esperança média de vida, o isolamento tem aumentado consideravelmente: em 2021 havia 517.146 pessoas com mais de 65 anos a viver sozinhas.
Na União Europeia, Portugal é o país que está a envelhecer mais rapidamente: há quase duas vezes mais idosos do que crianças e jovens. Em 1990, o rácio era de 65,7 idosos por cada 100 jovens abaixo dos 15 anos. Em 2022, os valores eram de 183,5 por cada 100, de acordo com a PORDATA. Prevê-se que o índice de envelhecimento continue a aumentar, com a diminuição da taxa de natalidade a nível nacional.
Esta camada da população apresenta maior vulnerabilidade ao isolamento social, com vários fatores associados. Na terceira idade, quem vive sozinho tem mais tendência para se sentir isolado ou sozinho. É fundamental abordar o problema da solidão nos mais velhos e saber como o combater, de forma a preservar a sua saúde e bem-estar nesta fase da vida.
Motivos que levam à solidão nos mais velhos
As causas da solidão nos idosos podem ser várias. Entre os fatores de maior risco estão a reforma, a viuvez e o distanciamento da família, que marcam grandes mudanças na vida das pessoas e na sua forma de viver o dia-a-dia.
- Reforma - A reforma marca uma nova fase da vida e traz mudanças consideráveis na rotina diária. Deixar de trabalhar é também deixar as interações sociais que o trabalho envolve. Pode significar, em alguns casos, a perda de um sentido de propósito e utilidade social, deixando um vazio difícil de preencher. No Blog da Sofia 60+ já falámos do impacto da reforma nas nossas vidas e como é que podemos lidar com ela. Saiba mais aqui.
- Viuvez - Um dos fatores que mais aumenta a vulnerabilidade e a solidão nos mais velhos é a viuvez. A perda de um cônjuge pode ser devastadora e levar a sentimentos profundos de solidão. Implica não só passar pelo luto da pessoa mais próxima, com quem se partilhou grande parte da vida, mas também adaptar-se a um dia-a-dia sem essa companhia. Portanto, esta adaptação pode ser extremamente desafiadora, sobretudo se o idoso não tiver uma boa rede de apoio para o acompanhar.
- Distanciamento da família - As mudanças que se têm verificado nas estruturas das famílias contribui, em grande parte, para o distanciamento daqueles que são mais próximos. Fatores como a diminuição da taxa de natalidade e o aumento do número de pessoas solteiras contribuem para o crescimento das famílias unipessoais acima dos 65 anos. Para além disto, muitas pessoas vivem longe dos seus familiares, devido a oportunidades de trabalho ou outras circunstâncias. Estar longe da família leva ao aumento do sentimento de solidão nos mais velhos. Há visitas menos frequentes e menos apoio emocional. Chega a haver, em alguns casos, abandono por parte da família, o que os deixa mais vulneráveis e desamparados.
Consequências da solidão no bem-estar e saúde
A solidão pode afetar seriamente a saúde física e mental dos nossos familiares mais velhos. Estudos indicam que está associada ao aumento do risco de hipertensão, doenças cardíacas e até mortalidade precoce. A falta de interação social regular pode agravar o declínio das funções cognitivas e aumentar o risco do desenvolvimento de demências e depressões.
A verdade é que este público é mais fragilizado e sente muitas vezes vergonha em pedir ajuda. Entram, assim, num círculo vicioso de isolamento e hábitos pouco saudáveis.
Quando vivem sozinhos, tendem a ser menos ativos e a cuidar cada vez menos de si próprios, o que tem um impacto direto na sua saúde e qualidade de vida. A sua motivação e bem-estar emocional tendem a reduzir. As dificuldades de mobilidade e a incapacidade agravam esta tendência para o isolamento e a autonegligência. Surgem com frequência hábitos alimentares pouco saudáveis e até a falta de cuidado com a saúde e a higiene pessoal. Estes fatores agravam o risco de doenças. Por isso, é fundamental saber como combater as tendências que levam à solidão nos idosos.
Estratégias para combater a solidão nos idosos
Felizmente, existem várias estratégias para promover o contacto social e combater a solidão. As interações regulares são vitais para preservar a saúde emocional e mental.
Vale a pena investir em atividades que ajudam a desenvolver um sentido de propósito e pertença a uma comunidade, de modo a manter uma vida equilibrada. Participar em iniciativas de voluntariado, frequentar cursos e clubes de interesse e praticar desportos e outros hobbies em grupo são ótimas formas de manter um círculo social ativo.
As tecnologias podem ser uma ajuda valiosa para manter o contacto com familiares e amigos. Aprender a usar plataformas de redes sociais, fazer videochamadas ou simplesmente enviar mensagens pode ajudar a cultivar estas relações com quem é mais próximo.
O apoio profissional é uma opção igualmente importante. Psicólogos e terapeutas especializados podem oferecer apoio e acompanhamento, individual ou em terapia de grupo. Este aconselhamento pode ser fundamental para ajudar os idosos a combater a solidão de forma saudável.
Os serviços de bem-estar, exercício físico, cuidados de saúde personalizados e apoio domiciliário podem ajudar a manter uma rotina ativa. Oferecem suporte e promovem a interação e o bem-estar, sendo uma ajuda importante no combate à solidão.
A solidão nos idosos é um problema que requer atenção e ação constantes. Para a combater, importa compreender as suas causas e efeitos principais, encontrando estratégias e soluções eficazes. Cultivar bons hábitos através de pequenas ações diárias pode fazer uma diferença significativa na vida dos idosos. Se está a enfrentar a solidão ou conhece alguém que possa estar mais solitário, entre em contacto com profissionais que o possam ajudar a atravessar este período de forma serena e positiva.
Sobre a Sofia
A Sofia disponibiliza serviços de bem-estar e apoio profissional ao domicílio, para que possa viver esta fase da vida de forma mais equilibrada e saudável. Acompanha a jornada sénior em todas as suas fases com um conjunto de programas especializados, de forma a garantir que recebe os cuidados de que precisa, sem sair do conforto de sua casa.
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