As quedas em idosos têm sido identificadas como um dos desafios mais relevantes para a saúde pública em Portugal. Segundo um estudo publicado no último Boletim Observações do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) e referente a 2023, o EVITA - sistema que recolhe e analisa dados sobre acidentes domésticos e de lazer com recurso às urgências - registou 40.842 episódios de quedas entre pessoas com 65 +, com 31% ocorrendo em indivíduos com 85 +.

As quedas foram mais comuns entre mulheres e cerca de 2/3 ocorreram em casa. Verificou-se, ainda, que estes acidentes representam mais de 70% das lesões nos idosos que recorrem às urgências.

Estes dados refletem a gravidade e o impacto direto destes acidentes na saúde da população, apontando para a importância da prevenção. Conheça os principais fatores que aumentam o risco de quedas na terceira idade e o que fazer para as prevenir.

Principais fatores de risco de quedas em idosos

As quedas em idosos são causadas por vários fatores. No que respeita à saúde, a má nutrição e condições como a anemia, diabetes, doenças neurológicas (como Parkinson e demências), doenças cardíacas e circulatórias são alguns dos casos de risco.

O uso de múltiplos medicamentos (polimedicação), comum nas idades mais avançadas, aumenta o risco de quedas e pode causar sintomas como vertigens, frequentemente subdiagnosticadas. A estes fatores, existem ainda aqueles que são adicionados à idade e os que são externos e dizem respeito ao ambiente. Continue a ler para saber quais são.

Fatores de risco associados à idade

A degeneração do sistema vestibular, responsável pela coordenação e estabilidade, é um dos principais fatores que faz com que as pessoas mais velhas percam mais vezes o equilíbrio. A perda de força muscular e o declínio da visão também estão relacionados com este problema. As neuropatias, especialmente associadas à diabetes, podem também provocar a diminuição da sensibilidade, aumentando a instabilidade e o risco de quedas.

Fatores ambientais e comportamentais

Fatores como a falta de atividade física reduzem a capacidade muscular e a agilidade. Além disso, uma pessoa que sofre uma queda tem um risco de 60 a 70% de voltar a cair no ano seguinte. Uma percentagem elevada das pessoas que caem e que sofrem lesões apresentará redução da mobilidade, da independência e aumento do risco de morte.

No referido estudo do sistema EVITA, observou-se que as quedas nas mulheres representaram entre 63,7% e 70% dos episódios. Cerca de 63,9% das quedas ocorreram em casa. Estes acidentes no ambiente doméstico estão muitas vezes relacionados com obstáculos como tapetes soltos, pisos escorregadios e má iluminação.

Como reduzir o risco de quedas?

Prevenir as quedas em idosos requer uma abordagem integrada. Adaptar o ambiente doméstico é uma das primeiras medidas a tomar. Comece por remover possíveis obstáculos, instalar corrimões em escadas e asas de banho e garantir uma boa iluminação.  Pense na sua casa ou do seu familiar mais velho: os tapetes estão soltos ou levantados? Será que a altura das cadeiras ou da cama é suficiente? E a iluminação é suficiente? Pequenas mudanças podem ajudar a tornar o ambiente mais seguro.

Adicionalmente, para evitar algumas das condições que aparecem com a idade, lembramos o cuidado com a alimentação equilibrada e o exercício físico, ajudando a manter a força e os seus níveis de energia. Importa também destacar as visitas regulares ao seu médico e o olhar atento dos cuidadores formais ou informais, para acompanhar as necessidades medicamentosas dos idosos.

O mais importante é investir em cuidados de saúde personalizados. A correção de problemas visuais é essencial para melhorar a perceção espacial. Exercícios de fortalecimento muscular e reabilitação do equilíbrio, que promovam o desenvolvimento de estratégias adequadas de compensação, são igualmente importantes para reduzir a probabilidade de lesões.

Prevenir as quedas em idosos exige uma ação conjunta que inclui a adaptação do ambiente doméstico e cuidados de saúde contínuos. Com estas medidas, é possível reduzir significativamente os riscos de acidentes, favorecendo uma vida mais segura, saudável e independente.

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