Quando imaginamos um cuidador de idosos, frequentemente pensamos numa mulher. É natural surgirem dúvidas e reservas quanto à escolha de um homem para o papel de cuidador, já que historicamente esta função foi maioritariamente desempenhada por profissionais do género feminino.

No entanto, cada vez mais homens das gerações mais novas exercem esta profissão, desafiando os estereótipos e papéis tradicionais. Na verdade, a escolha de um cuidador masculino tem os seus benefícios e pode ser uma opção adequada, dependendo das necessidades dos idosos e das preferências da família.

Em Portugal,70% dos cuidadores informais são mulheres e, embora, os homens ainda representem uma minoria nesta área, o panorama está a mudar. Esta transformação reflete uma maior aceitação social e a valorização das competências que os homens podem trazer para este papel.

Este artigo explora as vantagens e desafios associados à escolha de um homem como cuidador para pessoas de idade avançada.

Homem cuidador de idosos: qual o seu perfil?

Profissionais masculinos trazem uma abordagem única ao cuidado com pessoas mais velhas. De um modo geral, revelam competências que os distinguem, como a força física - que pode ser importante em tarefas que envolvem a mobilidade – e, tal como uma cuidadora de idosos, um elevado sentido de responsabilidade e dever.

Outro aspeto a considerar é a sua capacidade de lidar com situações de emergência, com rapidez e sentido prático: manutenção e arranjos em casa, transporte e funções administrativas, podem ser algumas das tarefas desempenhadas por homens. Embora tanto homens como mulheres possam ter uma forte aptidão para a resolução de problemas, a presença de um homem pode ser uma vantagem em algumas situações.

No que diz respeito à capacidade emocional e psicológica para lidar com o desgaste que o cuidado prolongado pode implicar, os homens têm demonstrado que podem ser tão resilientes e compassivos como as cuidadoras femininas. Alguns estudos sugerem que os homens se adaptam à prestação de cuidados com mais facilidade e que este trabalho tem, geralmente, um impacto menos negativo na sua saúde mental do que nas mulheres. Também é indicado em algumas investigações que os cuidadores masculinos apresentam um elevado nível de otimismo e de atitude positiva, o que, quando falamos cuidados a idosos, é muito benéfico. Relatam uma menor sobrecarga de trabalho, menos ansiedade e envolvimento emocional com o papel, assim como uma maior capacidade de tirar tempo de descanso do que as mulheres.

Desafios enfrentados por homens na prestação de cuidados

A forma como a sociedade está desenvolvida, leva a que quando pensamos em cuidados ao domicílio, pensamos maioritariamente em mulheres. Isto leva a que, a figura masculina, enquanto cuidador, pode enfrentar alguns estigmas sociais e pressão social, por ser uma profissão mais associada à figura feminina.

Os homens encontram alguns desafios, a nível emocional, no cuidado de pessoas mais velhas. Com frequência, apresentam maior dificuldade em expressar emoções negativas e pedir ajuda. Esta tendência pode ser sentida de modo particular em momentos em que o trabalho implique uma maior exigência. Por isso, procurar apoio nestas alturas é fundamental para preservar a sua saúde mental. Cuidar do seu bem-estar é muito importante para estar apto e disponível para cuidar de outros.

Em que situações deve escolher um homem como cuidador?

A escolha de um homem cuidador de idosos pode ser a opção mais adequada, dependendo das necessidades específicas de cada pessoa e da sua família.

Em situações particularmente sensíveis, como banhos assistidos e cuidados de higiene pessoal, alguns homens mais velhos poderão sentir-se desconfortáveis ao ser assistidos por uma mulher. Nestes casos, escolher alguém do mesmo género para prestar cuidados pessoais poderá ser a decisão mais acertada. Sentir-se à vontade com o seu cuidador permitirá a criação de uma relação de confiança e respeito com mais facilidade.

Na escolha de um profissional para cuidar de alguém mais velho, é essencial que a pessoa cuidada e os seus familiares se sintam confortáveis com a decisão. Esta deve ser baseada nas suas necessidades e preferências, assim como na qualidade dos serviços prestados, deixando de parte quaisquer estereótipos.

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