Apesar de a idade ser o maior fator de risco para desenvolver demência, esta não é uma consequência inevitável do envelhecimento.

A idade e os genes são fatores de risco em relação aos quais nada podemos fazer. Contudo, sabe-se que até 40% dos quadros demenciais podem ser prevenidos ou, pelo menos, adiados, controlando outros fatores de risco que são modificáveis.

Se procura estar mais informado sobre como reduzir o risco de desenvolver demência, continue a ler este artigo.

Quais são os fatores de risco modificáveis que aumentam a probabilidade de desenvolver demência?

São 12 os fatores de risco modificáveis identificados que aumentam a probabilidade de desenvolver declínio cognitivo e demência, a saber:

  1. Baixo nível educacional
  2. Hipertensão
  3. Obesidade
  4. Perda de Audição
  5. Traumatismo Craniano
  6. Excesso de Álcool
  7. Diabetes
  8. Depressão
  9. Inatividade física
  10. Tabagismo
  11. Poluição do ar
  12. Isolamento social

Que estratégias podemos desenvolver para reduzir o risco?

Em termos gerais, importa diminuir o risco de lesão no cérebro por um lado e, por outro, aumentar a chamada reserva cognitiva, isto é, a resiliência do nosso desempenho cognitivo decorrente das nossas experiências de aprendizagem e estimulação ao longo da vida perante as alterações cerebrais relacionadas com a idade ou com a doença.

A maioria das estratégias para prevenir a demência estão relacionadas com a adoção de um estilo de vida saudável, incluindo a estimulação intelectual e social, bem como o acompanhamento médico de determinadas condições de saúde.

O modelo “Fingers” desenvolvido por um consórcio multinacional e interdisciplinar, muito estudado e reconhecido, defende uma abordagem multimodal e de base diária que inclui cinco domínios representados pelos dedos da mão:

1) Alimentação saudável. Assenta na dieta mediterrânica;

2) Atividade física. Implica o mínimo de 30 minutos de treino 2 a 3 vezes por semana, sendo que é mais benéfica quando inclui exercícios cardiovasculares e treino de força muscular;

3) Estimulação cognitiva. As atividades educativas, ocupacionais e de lazer contribuem para a nossa saúde cognitiva. Jogar, frequentar cursos, ler livros, ir a teatros ou museus e participar ativamente numa associação estimulam o nosso cérebro;

4) Atividades sociais. É importante sentir que se pertence a um contexto social. Os relacionamentos próximos podem ser mais importantes do que o tamanho da nossa rede social. Este domínio inclui ainda a necessidade de relaxamento, sono e redução do stress;

5) Monitorização dos fatores de risco relacionados a doenças cardiovasculares.

Um aspeto relevante é o facto de a implementação destas medidas preventivas também reduzir o risco cardiovascular porque “o que faz bem ao cérebro, faz bem ao coração”.

Na mesma linha, a Organização Mundial de Saúde (OMS) publicou um conjunto de orientações baseadas em evidências científicas para reduzir o risco de declínio cognitivo e demência. Além das já mencionadas neste artigo, a OMS identifica ainda: a cessação tabágica e a redução do consumo de álcool. E além da menção específica ao controlo do peso, hipertensão, diabetes, dislipidemia, refere também o controlo atempado da depressão e da perda auditiva.

Importará ainda cumprir as regras de segurança e diminuir o risco de quedas, acidentes domésticos e rodoviários para evitar os traumatismos crânio-encefálicos que, por sua vez, constituem um risco para desenvolver demência.

No que respeita à poluição atmosférica e enquanto não se concretizam políticas ambientais mais efetivas a nível nacional e global, podemos promover, a nível individual, uma maior exposição a espaços verdes.

Evitar ou, pelo menos, adiar o início da demência está associado a ganhos em saúde significativos tanto para os indivíduos, como para a sociedade. Nunca é demasiado cedo, nem demasiado tarde para apostarmos na promoção da saúde do nosso cérebro!

Este artigo é da autoria pela Alzheimer Portugal, que se dedica há 36 anos a promover a qualidade de vida das Pessoas com Demência e dos seus familiares e Cuidadores.

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